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A constelação Terapêutica do Corona Vírus

A manifestação da doença e a sua busca de remissão nos indivíduos e nas sociedades.

A visão sistêmica traz três aspectos inovadores e essenciais para a compreensão da manifestação de doenças nas pessoas. Trata-se de compreender o seu pertencimento, a sua ordem de manifestação e o tipo de compensação que os organismos buscam para adquirir o seu equilíbrio vital através de um adoecimento. No caso de uma doença infectocontagiosa como o corona vírus, que altera a conduta de comportamentos não só dos indivíduos infectados, mas seu caráter contagioso assume proporções pandepidêmicas. Neste caso, é preciso compreender a manifestação desta doença não apenas no âmbito individual em uma família , mas precisamos compreender as questões sociais, dos grupos e de todo um país, dada as proporções em que se manifesta a doença.

Uma vez que sua contaminação atinge à todas as pessoas indistintamente, seu processo de contaminação tem relação com questões sistêmicas das políticas públicas e das questões da saúde social de todo o povo do país infectado. Neste sentido a ciência sistêmica pode trazer uma compreensão que nos dá perspectivas ampliadas, capaz de trazer novas compreensões para uma condução terapêutica eficaz.

As técnicas das constelações sistêmicas terapêuticas são capazes de contribuir com novas perspectivas para a vida saudável de todo um povo. Bert Hellinger observou que muitas doenças refletem mecanismos de compensações de comportamentos que estão buscando soluções ainda não encontradas em seus organismos anímicos. E, ao se manifestarem como doença orgânica permitem acesso aquilo que está ocultado e causando um desequilíbrio no indivíduo, na família e na sociedade, como no caso do corona vírus. Vamos analisar cada uma das três classes de manifestações sistêmicas desta doença:

A análise sistêmica da manifestação do princípio de pertencimento do corona vírus, pode ser compreendida pela sua taxonomia. Veja, o vírus pertence ao grupo de vírus de genoma de RNA simples de sentido positivo, pertence à subfamília taxonômica Orthocoronavirinae da família Coronaviridae, da ordem Nidovirales. E, pelo fato de não pertencer a nenhum reino, ele se utiliza da vida ou seja do reino de seu hospedeiro. Além de ser o único ser celular composto por um invólucro de proteína com DNA ou RNA. Desta forma, sistemicamente isto significa dizer que ele se instala como doença em conflitos relacionados a processos de interrupções da vida.
Outro aspecto está relacionado à dinâmica do princípio de ordem o fato da doença estar numa classificação de carácter epidêmico, implica dizer que se trata de comportamento coletivo, como no caso de resolução de leis que são transmitidas a todos os que vivem num conflito semelhante. Como no caso da imposição de interrupções de gravidez e exclusão de meninas em muitos desses casos na China.
As pessoas ao longo da vida podem se infectar com processos viróticos comuns. No caso da corona vírus um estudo genético confirmou que o 2019-nCoV foi transmitido aos humanos por um animal silvestre desconhecido, infectado por morcegos. Este tipo de infecção não é um tipo de manifestação das chamadas doenças de desenvolvimento natural mas algo completamente fora das chamadas doenças de desenvolvimento.

Na manifestação do princípio de equilíbrio que a doença busca uma compensação, atuação do corona vírus está relacionada à manifestação dos sintomas da febres, de disfunções respiratórias e de dores no sistema do metabolismo. Este quadro de manifestações são formas de compensações sistêmicas que se relacionam aos sintomas do medo, da vergonha e da culpa. Estes comportamentos, são reações relacionadas aos processos de interrupções da vida como pode acontecer em situações de interrupções da vida pelo aborto.
A Remissão da doença

Para se conseguir a remissão da doença será preciso encontrar uma forma para se lidar com o processo de interrupção da vida em grande escala. O tempo não volta, mas é possível se dar lugar para todos aqueles que estão excluídos. Portanto a constelação tem como finalidade dar lugar a todos que foram excluídos da vida para que possam finalmente ocupar seu lugar de honra no sistema.

Experiências recentes de constelações realizadas* com grupos de familiares e parentes de pacientes do corona vírus, mostraram que, quando o Holograma da doença é colocado no campo, os representantes começam a circular cabisbaixos, manifestando falhas coletivas. O campo passa a ser ocupado por representantes de fetos e mulheres grávidas mortas.

Então é trazido representantes terapeutas, que não são afetados e ficam de pé. Eles olham para os vivos e buscam por aqueles que de alguma forma evitam olhar para os seus mortos. Aos poucos todos passam a se curvar perante a dor e o sofrimento. Só então, quando conseguem olhar e dar lugar a eles em seu coração, muda a dinâmica e os representantes da doença partem. Neste momento o vírus e outros representantes carregam consigo o medo, a vergonha e a culpa, dando lugar para a compaixão dos vivos que passam a ser guiados pelos representantes da vida. Neste momento é trazido para o campo palavras de ordem como: “Eu vejo a sua dor, vejo o seu medo da morte, vejo a vergonha do que aconteceu. A vida passa a buscar nas mães que antecederam, as forças para ver o insuportável. E aos poucos a vida vai abrindo espaço no interior do grupo e todos passam a ser incluídos no sistema. A partir de então, o vírus começa também olhar para a nova ordem e o Holograma do Coronavírus pode se separar dos vivos e leva do campo a dor e o sofrimento. Então uma certa atmosfera de paz passa a predominar no campo

A sabedoria deste sofrimento pode ser tomada como aprendizado universal e humanitário, não apenas para a China. Mas disponibiliza um aprendizado para toda a dor e sofrimento que pode ser levado para além do campo e através de sistemas possam cobrir o mundo inteiro, estendendo ao cosmos e permitindo que cada um possa nesta remissão contribuir como membros partes de uma só humanidade.

* Fonte de Brigitte Champetier de Ribes

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